domingo, 19 de janeiro de 2014

A vantagem da mentira


A mentira tem sempre (muito) mais audiência do que a reposição da verdade.

Há uma possível explicação bastante simples: a maioria dos que acreditaram na mentira não se dispõe a dar o braço a torcer, a reconhecer que errou, com receio do vexame.

A exploração desta desonestidade é uma arma política eficaz e muito utilizada, como substituto do trabalho concreto, pelos políticos no poder.



sábado, 11 de janeiro de 2014

As recompensas






Parece haver no sistema político uma lógica perversa que leva a que sejam recompensados com excelentes cargos no exterior dois tipos de figurões:

1) Aqueles políticos que, por excelentes serviços prestados a entidades exteriores (tão excelentes quão daninhos foram internamente, porque os interesses são quase sempre opostos), são premiados por essas mesmas entidades, de forma a manter a confiança e credibilidade do sistema e não necessariamente pela sua competência técnica.

2) Aqueles que, internamente, precisam de ser "chutados" para fora e para cima, por já não terem lugar, por estorvarem alguém, por terem feito a demonstração do princípio de Peter, por se incompatibilizarem com outros poderosos, por saberem demasiado, etc.

Em muitos casos, acedem a cargos sem qualquer relevância em termos de poder efectivo, mas recheados de honrarias e chorudo salário, no fundo reformas douradas que — se aceitam — são o que na realidade buscavam.