Imagem daqui : http://tinyurl.com/cnms3a
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Esta semana estive, em trabalho, numa cidade costeira cujo nome me abstenho de mencionar, para que não sirva de pretexto a quaisquer evocações.
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Enquanto esperava a minha vez, chegou a hora de almoço. Fiz, então, aquilo que é habitual fazer-se nessa altura.
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O restaurante está situado à beira da estrada, mesmo ao entrar na zona industrial. Já é meio caminho andado para ter alguns clientes.
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E foi isso mesmo que aconteceu. A sala de refeições não estava cheia, mas é bastante grande e estava bem composta. Estavam muitos clientes sentados em mesas ainda por levantar, com a loiça do comensal anterior à sua frente.
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Sentei-me, e aguardei a minha vez de ser atendido. Demorou. Demorou mesmo muito. Notei que o pessoal estava reduzido. Faltava pelo menos uma empregada, talvez duas. Serviam à mesa apenas o dono da casa e um empregado. Era visível que custavam a dar conta do recado.
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O atraso foi de tal ordem que, quando finalmente me atenderam, escolhi, não o prato que mais me agradava, mas aquele que me pareceu mais rápido de servir, algo de “tirar do tacho”, no caso uma dobrada.
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E foi nessa altura que o dono da casa, talvez por se ter dado conta das minhas caretas de impaciência, me explicou o motivo dos problemas.
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Que não se conseguia contratar pessoal, dizia ele. Uma das empregadas despedira-se. O homem pagava-lhe algo como 500 euros por mês. Como o valor mínimo do subsídio de desemprego não anda muito longe disso, a senhora disse que, assim, preferia ficar em casa.
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A situação que eu acabei de relatar não tem nada de novo. Quem não ouviu já falar dela?
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Mas configura-se aqui a presença de um grande número de problemas, uns mais relevantes que outros. E não conseguiremos estar de acordo quanto a isso. Como sempre, e como dizem os espanhóis, “según se mire…”
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Cada um tira as suas conclusões. E nem sequer me atrevo a dizer se o salário era baixo, se o subsídio não-sei-quê, se a vontade de trabalhar não-sei-quantos, se a crise, se o Governo…
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