quinta-feira, 13 de setembro de 2018

A César o que é de César



A César o que é de César...
Continuo sem perceber porque é que alguns órgãos autárquicos que fazem parte do Estado republicano e laico continuam insistentemente a promover determinados eventos e/ou organizações de cariz exclusivamente religioso.
Talvez não seja mesmo para perceber. Ou talvez eu perceba.

Sabemos que boa parte dos cidadãos prefere fingir que não vê, mas isso não quer dizer que não veja.
E também sabemos que outra boa parte vê e gosta. E sabemos ainda que isso explica, mas não justifica. Não vale tudo.

domingo, 19 de agosto de 2018

Calmantes



O RSI é apaziguador... mas:
(Apazigua num lado, cria guerra noutro. E dizem que cria dependência.)



Tirar partido da adversidade




Deus — ou o Destino — deu-te uma vida de merda. Como se isso não bastasse para castigo, ainda te deu a capacidade de a observar.
Aproveita e escreve um livro sobre o assunto. 



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Pensa melhor


Quando sentes ter sido vítima de uma quebra de confiança, sentes também que perdeste alguma coisa. Mas pensa melhor, faz-te uma pergunta: será que efectivamente tinhas aquilo que julgas ter perdido?


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Facciosismo



Algumas vezes, apago os posts que acabei de colocar, ao reparar que mais post menos post não fará grande diferença.

Mas essa não é a principal razão. Os posts podem ser tidos como facciosos e, neste tempo em que algumas almas ainda continuam a insurgir-se contra o facciosismo, assalta-me uma dúvida (que afinal são várias): será que o meu facciosismo é melhor que o facciosismo dos outros? Será que os outros facciosos são capazes de reflectir acerca do seu próprio facciosismo? Ou vão preferir dar destaque ao facciosismo alheio?



segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Terra de ninguém


Continuo a achar que a imparcialidade, ainda que mal conseguida, é sempre uma terra de ninguém. Ao estarmos ali, parecemos sempre estar no campo contrário àquele de quem nos vê e, como tal, permanecemos na mira das suas armas. Ou seja: somos alvos de um lado e do outro. E, no entanto, apenas pretendíamos evitar um desnecessário confronto.
Conclusão: se entendemos que o confronto é preciso (ou inevitável), o que temos a fazer é abandonar aquela terra inóspita e optar pelo conforto que sempre vamos encontrar num dos lados, desde que dispostos a pegar também na metralhadora.
Só resta saber se, no momento da escolha, optamos livremente, ou vamos já sob coacção para um dos campos de batalha.


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Carne para canhão


Ficamos "todos satisfeitos" quando vemos o Washington Post fazer campanha anti-Trump (antes e depois das eleições). Afinal, sempre há quem resista ao monstro... No entanto, depois de sabermos quem é o dono (do jornal, que o pato-bravo não tem dono, tanto melhor para ele…), o nosso entusiasmo esmorece um pouco (especialmente se não formos adeptos de compras online entregues em casa por drones). Nada é o que parece ser. Mas cuidado para não desanimar em excesso. Não vale a pena. Nada jamais foi o que parecia. Os jornais — e o resto — sempre pertenceram a alguém que podia dar-se bem, ou não, com o senhor do momento. E isso por razões que somente por casualidade serão também as nossas. A luta trava-se lá em cima. Nós somos apenas as balas de canhão (ou a carne para o dito).


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Os donos disto tudo...


A propriedade é sagrada, mas…

Todo o património — público ou privado — em estado de abandono deveria reverter, em tempo útil, a favor de quem dele necessita.
Se o dono quiser evitar isso, só tem de impedir que o bem de que é possuidor caia em abandono, mormente dando-lhe uso. Quem não dá uso às coisas que tem mostra que delas não precisa. Ou é incapaz de cuidar delas — que é uma outra forma de não precisar (cada um só precisa daquilo que está ao seu alcance, salvaguardada a protecção devida à pessoa que dela necessite). As formas em como a propriedade fica devoluta são totalmente inadequadas ao bom ordenamento, à conservação do ambiente e à economia e bom uso dos recursos da Terra.
(E os que protestam veementemente em defesa da propriedade privada são exactamente os mesmos que a todo o momento se insurgem contra sítios e coisas abandonadas… enfim, são contradições…)

— Ah, mas as pessoas trabalharam arduamente para serem donas daquilo que têm…
— Pois, mas, se não usam, é porque se apropriaram de mais do que aquilo que precisavam…
— Ah, mas foi propriedade herdada…
— Sim, claro, mas a herança é uma forma de aquisição. Quem adquiriu, por herança, mais do que aquilo de que pode cuidar…


A inviolabilidade da propriedade coloca o Homem como dono do mundo e de todas as coisas nele existentes. Temos isso tão certo que, quando viajamos para qualquer sítio desconhecido, estamos sempre a perguntar, mentalmente ou em voz alta, quem é o dono disto ou daquilo que vamos vendo, mesmo tratando-se de um espaço vazio ou em estado selvagem. Tudo quanto há na Terra precisa, para tranquilidade do nosso espírito, de ter um dono humano, seja pessoa física ou entidade criada por pessoas (empresa, fundação, associação, o Estado, etc…) Então, parece que essa necessidade que sentimos de que as coisas tenham um dono deriva da compreensão que temos de que elas precisam de quem delas cuide. Ora… se o dono não cuida… que outro possa outro cuidar! Óbvio, não?

Agora, não me perguntem como é que o princípio que está por detrás desta lengalenga se põe em prática. Isso são outros quinhentos… ou se calhar nem tem preço.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016