terça-feira, 12 de janeiro de 2010




O artista ia em viagem por Castela (Castilla - La Mancha), qual Quijote sem Sancho Panza. Algures entre Toledo e Ciudad Real, os seus olhos depararam com um monte de potes de cimento, desses onde há algumas décadas eram fermentados os mostos aqui abundantes e encorpados, tarefa hoje a cabo de esterilizadas cubas de aço inoxidável. Acabada que foi a sua função, por desnecessários, converteram-se num estorvo, às vezes decoração de rotundas, e a servirem também como reservatórios de água, líquido este do qual se diz que com aquele se não deve misturar. Diz-se...

Filosofando sobre o triste fado das inutilidades, o artista puxou do pincel e pintou esta aguarela, para que, mesmo inúteis, não fiquem esquecidos os tristes potes...




Comentários:


Júlia disse a Wed, 13 Jan 2010 10:56:26 GMT:

Muito interessantes estes potes. Curiosamente, a forma é semelhante a uns que decoram uma fábrica que existe, salvo erro, junto da estrada entre Estremoz e Elvas. São muito grandes e feitos em barro. Os potes que se fabricavam por estas bandas e até mais a sul, tinham uma forma diferente, muito mais bojudos.