sábado, 2 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Viver à beira da estrada
A foto não foi preparada, mas serve para ilustrar os efeitos do tempo e do abandono sobre os vestígios de uma época não muito distante, provavelmente a caminho de se perderem para sempre.
Quem mandou fazer esta fachada teve gosto e cuidado. Mas os materiais não são perenes. E os elementos da Natureza não perdoam.
sábado, 4 de setembro de 2010
Geologia para curiosos
Na imagem é possível observar como os estratos quartzíticos, muitíssimo mais duros do que as camadas xistosas contíguas, deslizaram sobre estas, sob a pressão dos movimentos tectónicos, e as retorceram e esmagaram, encurvando-se também durante o processo. Os xistos, muito friáveis, ficaram reduzidos a "migalhas".
A zona triangular, em baixo à esquerda, é um pequeno talude constituído pelos pedaços que, desagregados, vão caindo do corte efectuado para a construção da estrada.
Junto à camada quartzítica, impermeável e resistente, os xistos apresentam um aspecto queimado, como carvão. De facto, cheiram a enxofre, e são visíveis pequenos depósitos de cor amarela, característicos dos locais com actividade vulcânica com emanações sulfurosas.
Nota:
O título deste artigo também poderia ser "Geologia por curiosos". As interpretações aqui feitas não se baseiam em verificações científicas, pelo que devem ser apreciadas com a devida reserva.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
O nome da barragem
Esta é uma foto da albufeira da Barragem de Belver, obtida no próprio paredão que também serve de ponte, numa tarde sem vento, fazendo da lisura das águas um espelho para a paisagem.
A data oficial da conclusão da barragem é o ano de 1952, tendo ficado com a designação de Barragem de Belver, possivelmente devido ao facto de a maior parte da albufeira criada coincidir com o limite sul desta freguesia, e também por ser esta uma das localidades mais próximas.
De há uns anos a esta parte, tem-se verificado que a Câmara de Mação, em cujo território (freguesia de Ortiga) se encontra a quase totalidade das instalações da Barragem, passou a utilizar sistematicamente a designação de "Barragem de Ortiga", no que é acompanhada por algumas instituições ligadas ao turismo na zona, nomeadamente a Região de Turismo dos Templários.
A utilização de uma designação nova e, pode-se dizer, não oficial, omitindo sistematicamente aquela que já existia e está consagrada, pode parecer estranha, e é susceptível de diversas interpretações.
A mim, parece-me que se trata de um assomo de brios bairristas, reivindicando para si um nome (ou renome) que talvez sintam ter-lhes fugido. E estarão tentando consagrar, pelo uso repetido, a designação que mais lhes convém.
E porque os brios bairristas atingem a todos (mesmo aos que, por esta razão ou por aquela conveniência, se coíbem de os manifestar), aqui fica também o meu desabafo.
Ao longo do tempo, sucessivas reorganizações administrativas fizeram com que a hierarquia relativa das diversas povoações sofresse mudanças radicais. Na última dessa reorganizações, a freguesia de Belver deixou de pertencer ao concelho de Mação, do qual fizera parte durante cerca de 60 anos.
Em tempos mais recuados, a própria vila de Belver foi sede de concelho, entre 1518 e 1836, ficando, a partir desta data, integrada no concelho de Mação. Transitou em 1898 para o então restaurado concelho de Gavião.
O que é que isto tem a ver com aquilo? Responderão os mais puristas que, em rigor, nada.
Mas nem tudo nesta vida é rigoroso e exacto, e muito menos quando as opiniões são divergentes...
http://cnpgb.inag.pt/gr_barragens/gbportugal/Belver.htm
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Água mole em pedra dura...
Há já alguns anos, numa deslocação relacionada com a apicultura (deixavam-se cortiços aqui e ali, com a finalidade de recolher enxames), encontrei este local.
Hoje revisitei-o, com o objectivo de captar umas fotos, em promessa feita a um amigo.
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Trata-se de um afluente da margem esquerda do Tejo, a Ribeira de Alferreireira, na transição do curso alto para o médio, ainda na zona granítica, muito antes das impressionantes escarpas xisto-quartzíticas que caracterizam o curso inferior.
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O local não fica muito afastado da EN-118, mas é preciso dar uma pequena volta para poder levar o carro até uns escassos 200m. Então há que descer a pé uma pequena ladeira e, no final, saltar os blocos de granito, ou passar entre eles desviando a vegetação, por entre a qual é evidente a presença dos trilhos de javalis.
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A ribeira "desapareceu" por entre o amontoado de blocos de granito que vão caindo para o leito escavado.
Os blocos vão-se fracturando, deixando entre si fendas profundas às quais há que prestar atenção.
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Embora o granito seja uma rocha extremamente dura, não é muito resistente à erosão na presença da água.
Ao longo de milénios, o chocalhar constante dos calhaus de quartzo, extremamente duros, arrastados pelas enchentes, foi desgastando lentamente os blocos, moldando formas suaves.
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Os remoinhos de água arrastando calhaus foram criando cavidades circulares que, com o tempo, se converteram em verdadeiros poços.
O acesso ao local pode ser bastante difícil, sendo necessário escorregar por uma estreita fenda inclinada.
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No interior, debaixo dos blocos rochosos, reinam as sombras e o frescor proporcionado pela presença da água.
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Mas ao olhar para trás, para a entrada, o clarão ofuscante não deixa esquecer que, lá fora. o sol aperta.
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As águas da ribeira, agora sem corrente, estão lá em baixo, na fenda escura.
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Um poço quase perfeito.
Este e o da imagem seguinte estão separados por uma parede de pequena espessura.
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Este é possivelmente mais antigo e encontra-se a um nível superior. Falta-lhe já uma das paredes, entretanto desgastada. O fundo está atulhado com o resto dos calhaus que lhe talharam a forma.
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Depois há que voltar a sair por ali, rastejando pela fenda inclinada.
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Finalmente, um último olhar pela paisagem, antes de prosseguir para o seguinte destino do dia.
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Comentários:
Gosto muito da sua descrição desse fantástico local. As fotos são bem elucidativas da capacidade erosiva da água, com a sua carga de detritos, sobre o granito. Valeu o esforço e foi bom que tenha partilhado a sua aventura.
Cumprimentos
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Feijão-frade de Margem
http://www.elima.pt/index.php?op=rec&id=25 |
Chama-se correntemente feijão-frade, mas também ostenta a designação erudita de Vigna unguiculata.
Também há quem lhe chame feijão-preto, embora o não seja.
Fácil de conservar durante bastante tempo, mas convém ter cuidado com o gorgulho. É alimento modesto, de tradição em mesa de pobre.
![]() |
Também por aqui se cultiva. |
Entretanto, as transformações sociais e económicas, a fraca produtividade dos terrenos, ou até alguma falta de apetência, levaram a que, nos dias de hoje, os detentores de grandes extensões de terra a tenham dedicada quase exclusivamente à pecuária e à exploração florestal.
Resta, no entanto, a tradição da chamada agricultura de subsistência, em pequena ou muito pequena escala. Tal como a quase totalidade dos outros produtos, o feijão-frade cultiva-se normalmente para auto-consumo e, se a quantidade o justificar, vende-se o restante na feira anual ou a vizinhos.
A esta escala, a rentabilidade económica é nula ou mesmo negativa, com os custos a superarem o valor comercial da produção. Na agricultura de subsistência, os custos não são contabilizados, e nem é mesmo considerado como custo o trabalho empregue. A maior parte das pessoas que fazem estes cultivos têm outras fontes de rendimento, como as pensões, ou têm emprego e dedicam-se a amanhar, nas horas vagas, os pedaços de terra que não querem ver abandonados.
Apesar da aridez da maior parte do território, este absorve bem as chuvas, ao ser constituído exclusivamente por aluviões, pelo que as várzeas nos vales dispõem de uma relativa abundância de água, que começa a escassear a partir de meados do verão.
Recentemente, foram aqui feitas importantes obras de melhoramento da rede de encaminhamento das águas para rega. As valas e levadas, que antigamente eram de terra e tinham imensas perdas, foram reconstruídas em betão e dotadas de todos os necessários sistemas de válvulas e comportas. Foram igualmente construídos pequenos açudes nas ribeiras, de modo a garantir a maior quantidade de água possível em cada zona.
Sem nenhuma reticência, todos os utilizadores do sistema se sentem satisfeitos com as melhorias proporcionadas.
No entanto, não parece que esta obra, no valor de 2,5 milhões de euros, tenha contribuído para fixar mais pessoas a este tipo de agricultura, nem para aumentar de forma visível as suas produções (limitam-se a produzir aquilo de que necessitam).
Poderia, sem exagero, afirmar-se que se tratou de um aumento da comodidade dos utilizadores, nada mais.
Quanto aos grandes proprietários, não parece que tenham dado maior importância ao assunto (aliás nem vivem por cá).
Entretanto, tornou-se notícia o feijão-frade, ao ser um dos poucos produtos agrícolas com potencial para ser aqui produzido e capaz de ser comercializado.
Assim se recupere uma antiga tradição alimentar (ia a dizer gastronómica... e por que não?!)...
Bom apetite!
Apesar da aridez da maior parte do território, este absorve bem as chuvas, ao ser constituído exclusivamente por aluviões, pelo que as várzeas nos vales dispõem de uma relativa abundância de água, que começa a escassear a partir de meados do verão.
Recentemente, foram aqui feitas importantes obras de melhoramento da rede de encaminhamento das águas para rega. As valas e levadas, que antigamente eram de terra e tinham imensas perdas, foram reconstruídas em betão e dotadas de todos os necessários sistemas de válvulas e comportas. Foram igualmente construídos pequenos açudes nas ribeiras, de modo a garantir a maior quantidade de água possível em cada zona.
Sem nenhuma reticência, todos os utilizadores do sistema se sentem satisfeitos com as melhorias proporcionadas.
No entanto, não parece que esta obra, no valor de 2,5 milhões de euros, tenha contribuído para fixar mais pessoas a este tipo de agricultura, nem para aumentar de forma visível as suas produções (limitam-se a produzir aquilo de que necessitam).
Poderia, sem exagero, afirmar-se que se tratou de um aumento da comodidade dos utilizadores, nada mais.
Quanto aos grandes proprietários, não parece que tenham dado maior importância ao assunto (aliás nem vivem por cá).
Entretanto, tornou-se notícia o feijão-frade, ao ser um dos poucos produtos agrícolas com potencial para ser aqui produzido e capaz de ser comercializado.
Assim se recupere uma antiga tradição alimentar (ia a dizer gastronómica... e por que não?!)...
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http://cincoquartosdelaranja.blogspot.com/2009/03/salada-de-feijao-frade-com-bacalhau.html |
Bom apetite!
quinta-feira, 17 de junho de 2010
A Língua Portuguesa, de vez em quando, põe-me "a chorar da vista"
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A Língua Portuguesa, de vez em quando, põe-me "a chorar da vista".
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Esta expressão de criação popular pode parecer estranha aos mais puristas, ou até nem fazer grande sentido. Gramaticalmente, poderá estar bastante retorcida.
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Para chorar, usa-se, entre outros órgãos, também a vista, os olhos. Que sentido faz então dizer que se ficou a "chorar da vista"?
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O senso popular sabe, intui, que, para evitar a confusão com o choro verdadeiro, que vem da alma, do coração, da dor de alma ou da dor física (choram mais, por esta ordem, as crianças, as mulheres e, por fim, os homens, que não choram), era necessário introduzir um elemento que precisasse a natureza do lacrimejo.
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Chorar "da vista" (com origem na vista, nos olhos) é lacrimejar em consequência de constipação, alergia, conjuntivite, cortar cebolas... Nada de emoções por aqui.
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Comentários:
Júlia disse a Thu, 17 Jun 2010 17:04:07 GMT:
Confundiu-me com este post. Será que esteve a cozinhar e a cebola pô-lo "a chorar da vista"?
Aliás, esta maneira muito popular de designar os olhos é, de facto, muito estranha.
Luiz disse a Thu, 17 Jun 2010 18:19:55 GMT:
Não, não escrevi isto por ter estado a cozinhar.
Foi precisamente a estranheza da expressão que me levou a escrever sobre ela.
A tentar, de certo modo, explicá-la.
Há expressões que ouvimos durante toda a vida e que, a qualquer momento, despertam a nossa atenção devido à sua falta de lógica (aparente, neste caso).
Júlia disse a Fri, 18 Jun 2010 09:41:34 GMT:
Há, na Antena 1, todas as manhãs, uma pequena rubrica que se chama "Lugares comuns", em que uma senhora explica a origem de muitos dos lugares comuns e expressões que usamos correntemente. É muito interessante. Nas suas viagens por cá, não costuma ouvir?
Luiz disse a Fri, 18 Jun 2010 17:32:29 GMT:
Infelizmente, não conheço essa rubrica. Não devo tê-la ouvido nunca, senão já teria adquirido o hábito. Mas vou já inteirar-me do horário e outros pormenores, no site da RDP.
As palavras não saem do nada, têm de ter uma história. Nunca vamos ter tempo para conhecer a história de todas, como é óbvio. Mas as expressões e frases feitas são um testemunho da cultura e da sociedade onde apareceram ou são usadas.
Luiz disse a Fri, 18 Jun 2010 17:36:54 GMT:
Essa rubrica é emitida às 07:13 e 20:12.
Júlia disse a Sun, 20 Jun 2010 13:25:39 GMT:
Costumo ouvi-la de manhã...
Comentários:
Júlia disse a Thu, 17 Jun 2010 17:04:07 GMT:
Confundiu-me com este post. Será que esteve a cozinhar e a cebola pô-lo "a chorar da vista"?
Aliás, esta maneira muito popular de designar os olhos é, de facto, muito estranha.
Luiz disse a Thu, 17 Jun 2010 18:19:55 GMT:
Não, não escrevi isto por ter estado a cozinhar.
Foi precisamente a estranheza da expressão que me levou a escrever sobre ela.
A tentar, de certo modo, explicá-la.
Há expressões que ouvimos durante toda a vida e que, a qualquer momento, despertam a nossa atenção devido à sua falta de lógica (aparente, neste caso).
Júlia disse a Fri, 18 Jun 2010 09:41:34 GMT:
Há, na Antena 1, todas as manhãs, uma pequena rubrica que se chama "Lugares comuns", em que uma senhora explica a origem de muitos dos lugares comuns e expressões que usamos correntemente. É muito interessante. Nas suas viagens por cá, não costuma ouvir?
Luiz disse a Fri, 18 Jun 2010 17:32:29 GMT:
Infelizmente, não conheço essa rubrica. Não devo tê-la ouvido nunca, senão já teria adquirido o hábito. Mas vou já inteirar-me do horário e outros pormenores, no site da RDP.
As palavras não saem do nada, têm de ter uma história. Nunca vamos ter tempo para conhecer a história de todas, como é óbvio. Mas as expressões e frases feitas são um testemunho da cultura e da sociedade onde apareceram ou são usadas.
Luiz disse a Fri, 18 Jun 2010 17:36:54 GMT:
Essa rubrica é emitida às 07:13 e 20:12.
Júlia disse a Sun, 20 Jun 2010 13:25:39 GMT:
Costumo ouvi-la de manhã...
domingo, 13 de junho de 2010
Ovo de Colombo
Há muito tempo que não escrevo nada. Quando digo nada, quero referir a ausência da escrita solitária e não interactiva, offline.
Hoje escreve-se muito a dar respostas a questões acabadas de colocar justamente com o intuito de obter essas respostas, directas e personalizadas no caso dos chats, ou quase directas no caso das redes sociais e dos blogues, estes últimos com um público potencialmente mais vasto.
A web, pela facilidade com que permite interagir com outras pessoas, ambientes e assuntos, acaba por consumir uma boa parte do tempo que, de outro modo, talvez fosse ocupado de forma mais introspectiva.
Uma pequena dose de auto-disciplina deve permitir uma repartição equilibrada do tempo de cada um, de tal modo que, navegando e comunicando, deixe de ser um bicho-do-mato, e por outro lado, concentrando-se sem interrupções, possa mergulhar a uma maior profundidade dentro de si próprio, quiçá pescando aí, nessas zonas mais escuras e tranquilas, alguns exemplares eventualmente capazes de competir com os das águas mais agitadas da superfície.
Por outro lado, nada impede que a produção obtida em ambiente solitário seja depois compartilhada. Nos tempos que correm, escrever para a gaveta deve ser um hábito caído em desuso, excepção feita para algum espírito romântico sonhando com glórias póstumas.
A escassez do tempo, em conjugação com interesses e atitudes, determina, ou pelo menos condiciona, a forma como aquele é empregue ou repartido. Mas não deixa de ser no mínimo curioso verificar que quem se queixa da falta de tempo gaste horas e horas em jogos online do tipo Farmville, cuja real valia é a do entretenimento.
Nem tudo tem uma explicação clara, neste mundo…
Ocasionalmente recebo mensagens do tipo “então para quando mais um texto daqueles…?”. Não deixam de ser lisonjeiras tais sugestões, mas é também preciso reflectir sobre o curioso que é merecê-las a nossa humilde condição. A generosidade humana é por vezes esbanjadora…
Assim sendo, quantos livros não teríamos podido escrever…
Teríamos podido…? Bem…
Essa é a essência do Ovo de Colombo.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Ao telefone, falando de vulcões
“Estou… Quem fala? Ah, és tu… Diz…”
“Eyjafjallajökull…”
“O quê?!...”
“Eyjafjallajökull!”
“Tens a certeza?”
“Absoluta. Não resta a mínima dúvida.”
“Estou a ver… Quer dizer então que é com total garantia… De quem (se é que se pode saber…)?”
“Do próprio presidente. Foi ele quem me disse. O presidente deve ter alguma autoridade sobre as coisas do seu país, nomes de vulcões incluídos, não achas?!… Portanto, podes divulgar. É oficial.”
“Ok, ok! Mas vou ensaiar primeiro um bocado.”
“Tá bem, mas não te atrases muito. Senão vão outros antecipar-se. Sabes como é…”
“Mas há um pequeno pormenor: não seria melhor usar uma representação fonética qualquer?”
“Sim, deve ser conveniente. Olha, podes usar a transcrição fonética que está na Wiki…”
“Mas essa depois é difícil de escrever. Inclui símbolos especiais que não estão nos teclados… ou que não estão logo à mão…”
“Então usa uma representação simplificada. Olha, pode ser esta assim : (´pera aí, que te mando um sms…) éyá-fiátla-yôkôtl. Recebeste?”
“Já. Olha, parece-me bem… éyá-fiátla-yôkôtl… éyá-fiátla-yôkôtl…”
“Tás a ver que resulta?...”
“Tá porreiro. Somos uns ases do camano, pá! éyá-fiátla-yôkôtl… éyá-fiátla-yôkôtl… Achas que vão pagar-nos alguma coisa por isto?”
“Ná… Não creio. Mas tu, também, és cá um unhas de fome…”
“Tá… Deixa ficar assim... éyá-fiátla-yôkôtl… éyá-fiátla-yôkôtl…”
Se Camilo cá voltasse...
Excelentíssimos Senhores da ASCENDI, empresa concessionária da auto-estrada A7, que vai de Vila do Conde a Vila Pouca de Aguiar, e que passa perto de algumas localidades de certa importância, como Famalicão, Guimarães ou Fafe, por exemplo.
Escrevo para lhes dizer que gosto do nome da empresa. É que parece latim. Parece mas se calhar não é...
O que eu queria pedir-lhes era que fizessem “ascender” um bocadinho a qualidade da sinalização toponímica ali existente. Reparei especialmente no nome de uma localidade, que até tem uma área de serviço por perto: Ceide.
Tanto quanto me informaram umas pessoas que sabem muito destas coisas, viveu por lá um senhor que se chamava Camilo Castelo Branco (atenção, que não era Castel-Branco!). Esse senhor escreveu, ao que parece, uns livrecos, umas novelas de faca e alguidar. Mas também parece que, devido à qualidade da sua escrita, é considerado um dos clássicos da Língua Portuguesa.
E ao que me disseram também, o nome da localidade, no tempo dele, escrevia-se Seide, com “S”. Ignoro como se escreve agora (pois não quiseram dizer-me). Não sei se a grafia desse topónimo foi entretanto alterada (já decorreu tanto tempo…) por algum acordo ortográfico de outras eras.
Em atenção à memória desse senhor das Letras, não seria possível mandarem verificar como é que, de facto, é a grafia oficial e, se for esse o caso, substituírem ou corrigirem as placas de sinalização? (a menos que isso seja atribuição da BRISA, ou da ESTRADAS DE PORTUGAL?)
Seria uma grande manifestação de respeito pela memória do atribulado escritor, de respeito pelos naturais e habitantes dessa terra, bem assim como pela Língua pátria dos portugueses, também na qualidade de utentes que pagam portagem.
Digo eu, se calhar…
(PS, de post scriptum: Senão lhes desse muito trabalho, mandavam também um recado aos vossos colegas que exploram a A17, ali para as bandas de Leiria, para que verificassem se o nome da localidade com praia atlântica é Pedrogão ou Pedrógão. Por agora, vamos ficar só com estes dois recadinhos. Obrigadinho…)
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Raid da Ferraria 2010
O Raid já foi há alguns dias
A "reportagem" pode estar, por isso, algo desactualizada.
Aqui ficam algumas fotos ao acaso.
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A "reportagem" pode estar, por isso, algo desactualizada.
Aqui ficam algumas fotos ao acaso.
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