««« Ninguém deve ficar dentro do carro imobilizado, numa auto-estrada, nem junto do mesmo.
Inexplicavelmente, há uma qualquer tendência para que os outros carros que circulam, embatam no veículo imóvel. . . »»»
Esta recomendação faz parte de uma mensagem que tem andado por aí a circular no correio electrónico e na blogosfera.
"Inexplicavelmente"?!
Não é tão inexplicável assim.
Muitos condutores adquirem uma tendência para apontar a direcção do carro ao sítio para onde olham, tendência que é tanto mais forte quanto maior for a atenção aí concentrada. Se forem a pé, provavelmente também desviarão a sua trajectória quando olham para o lado. Em qualquer dos casos, possivelmente, não se limitarão a olhar de relance, mas mudarão a postura corporal, girando a cabeça na direcção do foco de atenção.
História relacionada
Recordo-me de um acidente que tive, felizmente sem consequências pessoais:
Eu ia no lugar do pendura de um camião. O condutor tinha acabado de parar para comprar umas sardinhas para o jantar (há uns anos atrás, ainda existia a venda ambulante de peixe). Guardou o saco de plástico com as sardinhas ao seu lado, mas esqueceu-se de o fechar. Já em andamento e com a trepidação, os peixes acabaram por se espalhar. Isso provocou o gesto reflexo de os apanhar, o que implicava baixar-se (e também olhar). Foi o que bastou para o camião sair da estrada. Felizmente, o local não era demasiado perigoso. Mesmo assim, partiu uma oliveira pelo tronco, amachucou a parte da frente e, na cabina, ficaram espalhadas, não só as sardinhas, mas também os bancos, pessoas e bagagem existente.