quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

mercados


Isto passou-se?

Li por aí que, quando certo autarca pareceu disputar a liderança do principal partido da oposição, foi de imediato visitado, em casa, por uma comitiva de representantes do poder financeiro, vulgarmente chamados banqueiros.
Não há notícia ou boato que não desperte interrogações e eu não sei exactamente se isto é notícia confirmada. Mas, em qualquer caso, as interrogações (a tal inocência perdida…) já ficaram.
Que quereriam os senhores da finança? O povo diz que devia ser alguma "conveniência" — e emprega o termo em sentido irónico. Mas o bom senso diz-nos que devia mesmo ser alguma conveniência para quem tomou a iniciativa (não creio que tivessem sido chamados pelo político…).
Com alguma dose de maldade, até se pode pensar que — convictos da forte possibilidade de ele arrebatar a liderança do partido  e, nessa condição e actuais circunstâncias, ser mais do que provável candidato a primeiro-ministro — quereriam talvez …
Mas o melhor é não começarmos a imaginar possibilidades.

São tantas as vozes a dizer que os (ou alguns) políticos se vendem ao poder financeiro, que o mais certo é termos de acreditar nelas. Mas não o faríamos se não fossem tantas as evidências disso (ou serão apenas coincidências?).

E aqui abro um parêntesis para precisar que não é bem a mesma coisa um político vender-se ao empresário que pretende facilidades para criar riqueza (ainda que guardando o melhor dela para si) e vender-se a meros especuladores que mais não pretendem do que chamar a  si a riqueza que foi criada por outros. A crescente concentração da propriedade nas mãos de grandes grupos financeiros faz com que a criação da verdadeira riqueza esteja uns quantos escalões abaixo do topo da pirâmide, no qual se encontram os especuladores.

Não é por acaso que o ex-possível-candidato foi visitado por banqueiros. Afinal eles são a face visível da especulação mundial (embora não precisamente estes, mas outros peixes maiores, muitíssimo maiores, que também os controlam e só não os devoram se não puderem).

Se o meu raciocínio estiver certo e os tais senhores tiverem uns cérebros que funcionam como a maioria dos cérebros humanos, eles limitaram-se a sondar o mercado, talvez dispostos a abrir os cordões à bolsa a troco de certas prestações de serviços.

Aí estão as leis para impedir que a ganância humana leve a certos extremos, mas aquilo de que as leis foram feitas para ser transgredidas não é em vão: é que, se elas não fossem necessárias, por que diabo alguém se haveria de dar ao trabalho de as criar?