domingo, 17 de março de 2013

O brilho das estrelas



Ao tentar descobrir, como muita gente terá feito, o local onde foi tirada esta foto, descobri que ela está publicada em tantas páginas que já não dá para ter a certeza de que alguma delas diz a verdade acerca disso.
Grande parte delas faz referência a "German Landscapes"  e algumas também afirmam que é no Alaska ou no Canadá, mas nenhuma delas, que eu me apercebesse (até porque não perdi tempo a ler todas) referiu um local concreto, um determinado lago, umas coordenadas geográficas rigorosas.
Do que fiquei certo, mas sem margem para dúvidas, é que se trata de uma foto famosa. Apesar de eu a ter visto hoje pela primeira vez, ela já era conhecida por muita gente que a divulgou.
Também acredito que, com paciência, tempo e conhecimento, talvez fosse  possível filtrar toda a informação disponível e chegar a um resultado aproximado, senão mesmo exacto. A investigação é isso mesmo.
O que me preocupou  — se é que numa altura destas se pode levar a sério tal espécie de preocupação — foi ter-se instalado a suspeita de que, no escrever da História, quem sabe não haverá a possibilidade, ou talvez mesmo a probabilidade, de o historiador ser confundido pela profusão de informações acerca do seu objecto de estudo, que tanto poderão ser verdadeiras como falsas.
No trânsito democrático da informação dos nossos dias, ganha quem tem pernas para andar e chega a converter-se em verdade absoluta (ou aceite como tal) a maior das aldrabices, desde que convenientemente propagandeada. É preciso é que caia no gosto do maior número possível de potenciais propagadores.


Quem tiver paciência pode seguir AQUI a ligação para a página de pesquisa do Google com a imagem.


sábado, 16 de março de 2013

O vinagre e o mel


Os miúdos da aldeia começaram a não querer ir à escola porque eram sistematicamente apedrejados pelos outros miúdos, os do acampamento. Na mesma altura, hortaliças e legumes desapareciam das hortas, não dando tempo a que os donos os colhessem. Chamada a autoridade local para resolver o problema dos apedrejamentos (o outro não seria tão fácil de resolver dessa forma) gerou-se a confusão do costume. Os agressores e seus familiares, como tão bem sabem fazer, assumiram o papel de vítimas e reagiram contra os agentes da autoridade. O tom subiu um bocado e as coisas pareciam difíceis de controlar. Até que surgiram, não se sabe bem de onde, duas "Chaimites". Fosse devido ao aparecimento dos blindados ou a qualquer outra causa não apurada, o certo é que o problema ficou resolvido ali mesmo. O acampamento desfez-se por vontade própria e os seus membros seguiram para parte incerta, não tornando, durante muito tempo, a perturbar a tranquilidade do local.
Isto foi noutros tempos, que não eram tempos bons.
Os tempos mudaram, os "bons" tornaram-se ainda melhores, bonzinhos e politicamente correctos. Quanto aos outros, os do acampamento, deixaram de acampar e agora geralmente já residem, mas não deixaram de ser eles mesmos. Nem bons, nem maus.
Eu não sei se os blindados seriam adequados para os tempos que correm.
O que sei é que temos andado a cair num enorme equívoco, a cometer um enorme erro.
É que, se o vinagre não apanha moscas, o excesso de mel atrai moscas em demasia.

PS: Não se veja nisto nenhum tipo de xenofobia ou racismo.
É que boa vontade não falta. O que falta são os resultados...




domingo, 10 de março de 2013

Ratazanas



A língua espanhola, para os portugueses, está cheia de falsos amigos, como há pouco vimos.

Na lista então publicada, podemos encontrar, por ordem alfabética, o célebre "rato", que não tem nada a ver com roedores e que significa momento, instante. Para designar os roedores, terão de usar ratón (outra contradição, pois parece referir-se a um rato grande quando na verdade designa um ratito dos pequenos). Para falar das ratazanas grandes, há que usar a variante rata.

No entanto, se usarmos o masculino deste termo (coisa que não é lícita em castelhano, mas que tomamos a liberdade retórica de fazer), encontraremos então um "rato", naquele sentido que, em português, às vezes lhe damos.

Parece que o tema era a destrinça de minúcias linguísticas, mas não é assim: são mesmo os ratos, com destaque para um deles. Atacaram num navio que navega aqui ao lado do nosso e não andaram a brincar. Comeram que se fartaram. E, como boas ratazanas, só por azar é que alguma ainda está no barco quando este se afunda.

Uma descrição do assunto, aqui.