sábado, 16 de março de 2013

O vinagre e o mel


Os miúdos da aldeia começaram a não querer ir à escola porque eram sistematicamente apedrejados pelos outros miúdos, os do acampamento. Na mesma altura, hortaliças e legumes desapareciam das hortas, não dando tempo a que os donos os colhessem. Chamada a autoridade local para resolver o problema dos apedrejamentos (o outro não seria tão fácil de resolver dessa forma) gerou-se a confusão do costume. Os agressores e seus familiares, como tão bem sabem fazer, assumiram o papel de vítimas e reagiram contra os agentes da autoridade. O tom subiu um bocado e as coisas pareciam difíceis de controlar. Até que surgiram, não se sabe bem de onde, duas "Chaimites". Fosse devido ao aparecimento dos blindados ou a qualquer outra causa não apurada, o certo é que o problema ficou resolvido ali mesmo. O acampamento desfez-se por vontade própria e os seus membros seguiram para parte incerta, não tornando, durante muito tempo, a perturbar a tranquilidade do local.
Isto foi noutros tempos, que não eram tempos bons.
Os tempos mudaram, os "bons" tornaram-se ainda melhores, bonzinhos e politicamente correctos. Quanto aos outros, os do acampamento, deixaram de acampar e agora geralmente já residem, mas não deixaram de ser eles mesmos. Nem bons, nem maus.
Eu não sei se os blindados seriam adequados para os tempos que correm.
O que sei é que temos andado a cair num enorme equívoco, a cometer um enorme erro.
É que, se o vinagre não apanha moscas, o excesso de mel atrai moscas em demasia.

PS: Não se veja nisto nenhum tipo de xenofobia ou racismo.
É que boa vontade não falta. O que falta são os resultados...