Um mundo sem regras
A pretexto de evitar a crise do capitalismo, segundo eles demasiado espartilhado por regras e contaminado por uma filosofia keynesiana, despesista — assente na disponibilidade de riqueza pelas populações, incentivando o consumo gerador de crescimento e muito virada para o estado social —, os neocons dos anos 80 acabaram por desencadear um processo que resultou na própria crise. Esta, a que actualmente vivemos, a do chamado mundo ocidental. Se era isso que procuravam, parabéns. Foram bem sucedidos.
Reagan, Thatcher, Pinochet, assim como o seu guru Milton Friedman, lá no inferno onde se encontram, bem podem festejar.
Bem assim como a sua descendência: nunca se bebeu tanto champanhe caro como agora.
Só falharam numa coisa. Nunca, como agora, as contas estiveram tão desequilibradas.
Ou não falharam. O desequilíbrio favorece-os.