sábado, 15 de dezembro de 2012

Azedume

Temos assistido ultimamente a uma triste e falsa polémica sobre as declarações da responsável por uma organização caritativa. A maior parte dos seus defensores encara as críticas a essas declarações, por muitos consideradas despropositadas, como se fossem ataques ao trabalho da senhora, à instituição que dirige e à generosidade dos que para ela contribuem com as suas dádivas.
Eu não acho que a solução definitiva para a pobreza esteja na caridade individual.
Mas não se pode renegar a generosidade de cada ser humano que se condói das necessidades do próximo, repartindo com ele aquilo que tem, pouco ou muito.
Por outro lado, entristece-me olhar para as sombras que a intransigência ideológica, a incompreensão e, muitas vezes, o rancor hipócrita lançam sobre este panorama que já de si é doloroso de contemplar.


domingo, 11 de novembro de 2012

São Martinho


No dia de São Martinho, o filho de Martinho, afilhado de Martinho, primo de Martinhos (e até tem algo de Martinho), não bebeu água-pé, mas comeu castanhas assadas e entreteve-se por aqui . E ainda recebeu uma visita importante.



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Valores






Não gostaria que se tivesse de optar entre democracia e valores ou princípios.
(É que, por vezes, parece que a democracia se esqueceu dos princípios e dos valores.)

Mas, por outro lado, os valores e os princípios às vezes insistem em ser tão elevados, etéreos mesmo, que a democracia, por mais que se esforce, não os consegue alcançar.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

What if... ?


Não é preciso ser Sherlock Holmes



What if… 
(Quem beneficia do crime?...)

E se a destruição do Euro e (alvo dos alvos), por arrasto, o desmantelamento da  União Europeia, isto é, a destruição das expectativas de se criar uma verdadeira união na Europa, estivessem na mira de quem, se não criou a crise, dela se aproveita para atingir os seus fins?

domingo, 4 de novembro de 2012

A origem dos terramotos




Le Déluge, de Gustave Doré.

As declarações catastrofistas daqueles que, sem qualquer base científica ou conhecimento fundamentado, atribuem os eventos climáticos ou geológicos a uma qualquer influência humana, segundo o que leram em certas revista e sites de curiosidades, não são, na essência, muito diferentes daquelas proferidas por um certo imã que associava os terramotos a determinadas práticas sexuais, ou coisa semelhante. Ambos se apoiam na ideia do castigo divino, ou na vingança da natureza, que é mais ou menos o mesmo. 

E, geralmente, esses "críticos" centram a sua atenção em comportamentos que não estão ao seu alcance, embora possivelmente gostassem de os ter… sejam eles os de natureza sexual ou os de consumo descontrolado de combustíveis...


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Masonry (Maçonaria)


Dizem que a maçonaria é cheia de secretismo, mas eu acho que não é tanto assim...

Afinal, consegui fotografá-la:



Mas não quer dizer que seja totalmente inofensiva:



Entretanto, descobri que a melhor protecção era uma espécie de avental:


E a Obra continua...


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Morte anunciada há quase 40 anos



"Eu ainda sou do tempo da cerveja clok."

Dizer isto a quem também se lembra da antiga e extinta marca de cerveja ribatejana é declarar uma idade que se conta por décadas (várias).

Durante 16 anos trabalhei numa empresa que deteve até certa altura contratos (inicialmente em exclusividade) para a distribuição de algumas marcas de bebidas e refrigerantes numa zona que abrangia aquilo que hoje se designa como Norte Alentejano e franjas adjacentes da Beira e do Ribatejo.

Ainda hoje, a maior fatia do mercado das cervejas se divide em duas marcas: a Sagres e a Superbock, liderando a primeira no sul e a segunda no norte do país.
Contudo, na década de 70, a cerveja clok conseguiu uma fatia importante do mercado, em especial no vale do Tejo e Alentejo, chegando mesmo a ser líder em algumas zonas.

A cerveja clok era produzida em Santarém pela empresa Copeja-Companhia Portuguesa de Cervejas, SARL. Na segunda metade da década de 1970-1980, a empresa foi integrada no grupo depois denominado Unicer, constituído pela CUFP, a COPEJA e a IMPERIAL.

A liderança do grupo passou a ser exercida pela empresa de maior dimensão, a CUFP (Superbock, Cristal), sediada em Leça do Balio. Por estratégia comercial, ou por qualquer outra razão que não consigo descortinar (mas desconfio), o grupo decidiu eliminar a marca clok, substituindo a sua produção em Santarém pela de uma das marcas até aí detidas pela CUFP, inicialmente a Cristal.

A machadada final veio com a decisão, tomada no início deste ano, de encerrar a fábrica de Santarém já em 2013. Entretanto,  vêm aí 60 milhões de euros do BEI, de um total de 173 milhões a investir num processo dito “para melhorar a eficiência”, do qual faz parte (como não podia deixar de ser – digo eu) a morte (há muito anunciada?) da fábrica que um dia produziu afamada (*) cerveja clok.

_________________________
(*) Ainda hoje se pode ler, em cartazes de propaganda das festas populares por esse país fora a publicidade à afamada bebida de tal marca, ao afamado conjunto musical, ao afamado frango assado único nas redondezas... 



sábado, 27 de outubro de 2012

Contenção






Antes de começar uma polémica ou discussão, ou até mesmo de fazer um simples comentário,  a pergunta é: vale a pena? 
Convém fazer um balanço prévio das vantagens e das desvantagens. 
Como resultado disso, comunica-se possivelmente menos, mas é-se mais escutado.
Quem tem instinto experimentalista e acha que é absolutamente necessário que tudo seja dito e discutido, devia esforçar-se por não exagerar e tentar perceber que há um meio-termo entre a auto-censura e a irresponsabilidade.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Planetas


Os astrónomos também nos deixaram outros ensinamentos


A toda a hora, novos artigos sobre planetas descobertos a orbitar estrelas que estão a vários anos-luz, a milhares de anos-luz...
Inacessíveis, portanto. E (não menos importante), como a maior parte da "informação" circula pelo espaço sob a forma de radiações electromagnéticas, sujeitas à mesma velocidade da luz, aquilo que sabemos deles é o que ocorreu há vários anos, milhares de anos... A menos que alguém descubra uma forma prática de viajar no tempo, são pouco mais que quimeras.
Entretanto, mesmo com a ajuda da descoberta desses planetas quiméricos, podíamos ir reflectindo e centrando as nossas preocupações no que se passa aqui, neste mesmo planeta onde agora estamos e vai estar, seja sob que forma for (a menos que haja uma colisão catastrófica), durante milhões de anos, o pó de que somos feitos.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Cangalhas, Albardas & Angarelas


1. Albarda
Por Wendel Sousa (RJ) em 08-11-2008
1. sela grosseira com palha, que é colocada no lombo de animais de carga
2. (popular) Roupa grosseira ou malfeita
3. (figurado) opressão, vexame
(Em Espanha, o termo designa o conjunto e não apenas a sela, como em Portugal.)


Angarelas, Espécie de grade de madeira do carro de bois constituída por 2 estadulhos ligados por 2 travessas, usada para suportar  carradas de palha, de feno, de erva ou de lenha. Quando não é possível segurar o material a transportar com as angarelas, como é o caso da terra ou do esterco, recorre-se às caniças. As angarelas e as caniças seguram-se verticalmente introduzindo as respectivas extremidades nos furos dos berbiões ou cárceles.


1. Cangalha
Por Jefferson Vargas (ES) em 21-07-2008
Armação de madeira ou de ferro em que se sustenta e equilibra a carga das bestas, metade para um lado delas, metade para o outro.
O burro carregava lenha nas cangalhas todos os dias, da mata até a casa.


Os meios de transporte nem sempre foram o que são, mas podem muito bem voltar a sê-lo. Nunca se sabe. Pelo caminho que as coisas levam, nunca se sabe...
Costumávamos chamar "angarelas" ou "cangalhas", de forma mais ou menos indiferente, à tal armação (podia ser de madeira, mas também podia ser feita em trabalho de serralharia) que se colocava por cima da albarda do burro ou muar. Nessa armação colocavam-se com facilidade as cargas a transportar: sacos de batatas ou de cereal, lenha, molhos de feno, etc.
Não encontrei fotos de "cangalhas" do tipo que conheci. (Ainda tentei desenhar, mas não saíu nada de jeito.) Eram contituídas por duas estruturas contruídas em forma de "U" (nas fotos acima estão em forma de "V") e feitas com perfis (barra) de ferro forjado para lhes dar essa forma. As duas estruturas eram ligadas entre si por  correntes, assentando estas na albarda, que se protegia do desgaste colocando de permeio um saco de serapilheira ou outro material equivalente. No caso das de madeira, eram ligadas entre si por cordas ou correias.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

struggle for life

Monolitten, Oslo.

No capitalismo selvagem do século XIX, os dissidentes, os que resistiam à exploração, eram encarcerados. Na versão actualizada de hoje, isso não é fácil, pois as cadeias já estão cheias com outras classes de "inadaptados"e, por outro lado, os dissidentes são em maior número ou conseguem falar mais alto. Por isso é preciso encontrar uma nova solução: colocar cada eventual resistente como prisioneiro dos seus próprios medos, fornecendo-lhe um relativo bem-estar que ele se receie perder. Habituado ao bem-estar, ele vai querer cada vez mais e, a partir de certa altura, pode tornar-se um adepto do sistema.


Claro que o sistema não é suficientemente grande para nele caberem todos.

Mas há métodos de selecção.

Imaginemos um enorme amontoado de corpos dentro de um poço. Uns estão vivos, outros mortos. Os que estão vivos lutam uns com os outros tentando sempre subir para onde possam respirar melhor e deixar de ser esmagados. Os mais fortes conseguem ficar em cima. Os mais fracos, cada vez mais exaustos, vão ficando mais fundo, acabam esmagados, sufocados, e morrem. A parte de baixo, a dos mortos, é cada vez maior, mas o tempo e o peso encarregam-se de a comprimir e compactar, tal como sucede com os estratos rochosos mais profundos da crosta terrestre. Ao mesmo tempo, os que se encontram nas camadas superiores têm maior liberdade de movimentos e, embora tenham que lutar contra os que, nas camadas abaixo, tentam por sua vez emergir, tendem a ficar sempre aí até que a energia se lhes esgote e sejam, por sua vez, puxados para baixo.

Que lugar ocupamos naquela coluna?


domingo, 14 de outubro de 2012

Notícia verdadeira, foto falsa


Até que ponto é correcto utilizar, para ilustrar uma notícia ou artigo, uma foto sobre o mesmo tema genérico mas que não corresponde ao acontecimento ou facto concreto referido no texto?

Se é verdade que uma imagem vale por mil palavras, então pode induzir o leitor a interpretar o que nela vê como sendo uma extensão ou complemento do texto que se prepara para ler ou que já está lendo. A menos que seja capaz de distinguir de forma clara elementos que evidenciem o contrário, tenderá a considerar que a imagem apresentada corresponde de facto àquilo que o texto descreve.


Se o tema central é genérico, qualquer imagem alusiva, em geral, pode servir para o ilustrar. No entanto, quando o tema central da notícia ou artigo é um facto ou acontecimento específico (apesar de se enquadrar no tema genérico), associar-lhe imagens que não lhe correspondam de facto poderá induzir leitores em erro, devido à eventual presença de elementos estranhos (ou até discordantes) ao assunto principal.

Nas redes sociais ( e de uma forma geral na Internet) e até mesmo na imprensa escrita, a maioria dos leitores tende, num primeiro contacto, a ler os títulos e observar as imagens, especialmente as do topo. Dependendo do tempo disponível ou da apetência pelo assunto, é que decide, ou não, passar à leitura do texto e observação mais cuidada das ilustrações.

Sendo certo que uma notícia ou artigo precisam de chamar a atenção, o chamariz (título e ilustração) deve corresponder sempre ao tema central. Fazer de outro modo é cometer fraude, segundo o conceito de publicidade enganosa.


As redes sociais

Nas redes sociais, especialmente na maior de todas neste momento, que é o Facebook, as notícias ou artigos são divulgados pelos próprios leitores, através da partilha de conteúdos. Sendo certo que os participantes nas redes sociais não estão obrigados ao mesmo nível de rigor que se exige aos profissionais da informação, não deixam de ter o dever moral e de cidadania de ser cuidadosos com aquilo que divulgam ou partilham.

Mas há um tipo especial de participantes, que são precisamente os profissionais da informação, não apenas as pessoas, mas também as entidades ou empresas que os enquadram (televisões, jornais, agências noticiosas, etc.). Esta classe, enquanto participante nas redes sociais, não está dispensada do rigor que lhe é exigido profissionalmente. No entanto, este princípio nem sempre é levado à risca: é frequente encontrarem-se publicações "descuidadas" por parte destas pessoas ou entidades.


(Este texto, apesar de escrito de forma impessoal, reflecte a opinião pessoal do seu autor, que nem sempre a pode dar como resposta ou comentário quando encontra os descuidos acima referidos, embora muitas vezes lhe apeteça fazê-lo. E não há opiniões simples; quando muito, simplistas.)



sábado, 13 de outubro de 2012

diamond traders





A propósito da descoberta de um planeta todo constituído por diamante (ia a dizer "feito", mas não é bem o mesmo). Ou a propósito do que adiante se verá…

Para o efeito, o planeta descoberto podia ser de ouro ou de outro material "valioso".

Numa análise mais grosseira, podemos assumir que a riqueza tem duas faces: a do valor real e a do valor especulativo.
Claro que o valor especulativo também é real. Qualquer que seja o tipo de utilidade que se encontre numa coisa, é essa utilidade que lhe confere o seu valor. O ouro é valioso como material para determinadas aplicações científicas, tecnológicas, etc., mas também serve, por exemplo, como referência para cotações de moedas e como reserva ou garantia das mesmas.
Agora imaginemos que o ouro era muito mais abundante do que na realidade é. O seu valor como material não diminuiria. A abundância (e disponibilidade) de um material de qualidade até iria tornar a humanidade mais rica. O que diminuía era a sua capacidade especulativa. Não valia a pena entesourar uma coisa tão abundante e fácil de adquirir. Para esse fim, teria de se encontrar algo mais raro. Se esse tal planeta de diamante estivesse à mão de semear, rapidamente os "diamond traders" de Antuérpia teriam de passar a transaccionar outra coisa.
Certas sociedades primitivas usavam como moeda objectos ou materiais menos "nobres", tais como ossos, conchas, pedrinhas coloridas, etc. Bastava-lhes o valor simbólico. Mas estas "moedas" tinham apenas valor local, apenas entre aqueles que as conhecessem ou reconhecessem. Para além disso, em pequenos grupos, a autenticidade de tais "moedas" ou testemunhos de riqueza era garantida pela confiança e conhecimento de todos os seus membros entre si.
Na nossa sociedade actual, o valor simbólico continua a existir, mas tem de se adicionar algo mais que garanta a autenticidade do testemunho e permita, de certo modo, evitar as falsificações. Num grupo tão alargado, a confiança não é garantia suficiente. É preciso algo mais substancial.
No entanto (pensemos bem) a confiança continua a existir, isto é: continua a ser uma ferramenta sabiamente utilizada por certos indivíduos ou grupos.
Vimos que, objectivamente, a confiança não serve como garantia em grupos alargados, já que, ao não conhecerem-se todos os seus membros entre si, é maior a possibilidade (é praticamente uma certeza) de alguns elementos tenderem a burlar os outros, simulando, com a apresentação de moeda (testemunho) falsa, uma riqueza que não possuem. No entanto, desde que esses elementos menos honestos tenham a possibilidade de persuadir os restantes a acreditar naquilo que apresentam, a sua moeda (testemunho de riqueza) passa a ser aceite como verdadeira, quando na realidade é falsa.

A confiança numa moeda supõe que a sua posse permite adquirir uma certa quantidade de outros bens, simbólicos ou não simbólicos.


(devo continuar, falando do que todos sabemos?)


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Com amigos assim...

http://www.causamerita.com/madedeus_large.jpg
Nau portuguesa Madre de Deus
(Stolen by a "friend" of ours)


A ver se eu percebo esta amizade
Então, Portugal e Inglaterra eram amigos de longa data.

Entretanto, Portugal caiu sob domínio de Espanha.
Pouco depois, Inglaterra e Espanha entraram em guerra.
Inglaterra, em vez de proteger o seu aliado logo de início (D. António, pretendente ao trono, pediu ajuda), considerou-o inexistente a partir de então.
Propriedade portuguesa era como se espanhola fosse.
(E então uma nau carregada de riquezas orientais…)
Portanto, toca a levá-la para casa!
E nunca mais os nossos amigos ingleses e holandeses devolveram o que nos roubaram enquanto fomos espanhóis...
O domínio filipino foi a pior coisa que nos aconteceu. Dominados por uma nação que foi derrotada pelos nossos aliados tradicionais: dupla humilhação perante estes.

Com amigos e vizinhos assim...

Parece que o nosso declínio começou bastante cedo, ajudado também por uma deficiente escolha das amizades.
Ou será que... existem amizades?!

* * *

E se o poeta soubesse como era (tristemente, neste caso) premonitório o seu verso?...
"Novos mundos ao mundo irão mostrando."
(Camões, Os Lusíadas, II, 45)


E, dos 869 anos, quantos foram de protectorado?
Ser roubado pelos amigos também é fado. 

O nosso. Ser roubados por quem nos protege...



terça-feira, 9 de outubro de 2012

Viagens

http://www.ownapainting.com/images/
PaulGauguin-NafeaffaaIpolpoakaWhenWillYouMarry.jpg

«Una buena exposición cuenta una historia y formula una hipótesis.»


«Me acuerdo de aquella Tercera de Mahler…»


(aqui não é Pons quem dirige, mas Bernstein)


Comentário à margem:
Não há classe que o capitalismo não explore.
Agora estou a lembrar-me de algumas classes de artistas.
Em vida ignorados, remunerados a pataco (hoje já há muitas excepções).
Depois de mortos, pretexto para especulação e troca de fortunas.
Telas, terrenos ou barras de ouro, no fim dá tudo no mesmo.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Algas nossas de cada ano...

Nesta imagem recente das Portas de Ródão, é bem visível a presença de algas e outros microorganismos resultantes da eutrofização das águas do Tejo, que ocorre cada  ano por esta altura.

A água que nos chega de Espanha é cada vez menos e, nesta época do ano e em especial nos anos mais secos, isso contribui fortemente para o agravamento do fenómeno, do qual os nosso amigos espanhóis estão bem cientes.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Rochas da Conheira do Caratão

Recolha casual de imagens mostrando a existência de diferentes tipos de rochas nos amontoados de "conhos" (calhaus) da Conheira do Caratão.







segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Conversão


Para a conversão, uma música não deve ser suficiente.Mas admitamos que isso era possível. Nesse caso, se esta não foi capaz de te converter, terás de te resignar com o teu destino.

sábado, 29 de setembro de 2012

Ausência de vestígios arqueológicos


http://imprompto.blogspot.pt/2012/09/sitios-arqueologicos-romanos-em-portugal.html

Neste mapa, há uma grande mancha quase vazia de sítios arqueológicos, mais ou menos correspondente à bacia sedimentar do Tejo, na margem esquerda e com excepção da proximidade das margens do próprio rio. Até dá a impressão de que os romanos se desinteressaram desta zona... Mas pode não ter sido bem assim. Não sendo arqueólogo, tenho uma teoria a respeito dessa "lacuna".


Os vestígios arqueológicos podem ser de diversos tipos, mas as construções, com maior probabilidade, permanecem durante mais tempo do que outros. 

Uma condição para o conhecimento da existência de sítios arqueológicos é (verdade de la Palice) que existam vestígios, ou seja: que alguém tenha deixado marcas materiais da sua presença num determinado local.

Outra condição (que se poderia incluir na primeira) é que tenham sido minimamente preservados, a ponto de permitirem a sua identificação e estudo. 

A probabilidade de existirem vestígios do tipo construtivo é tanto maior quanto maior for a presença de materiais de construção duráveis na zona ou próximo dela, a saber: 

— Sendo o transporte dos materiais extremamente difícil e oneroso em épocas anteriores ao aparecimento de veículos mecanizados e mais ainda na ausência de caminhos ou abundância de obstáculos topográficos (a distância é um deles), é de aceitar que a ausência ou escassez de vestígios arqueológicos num determinada zona não pode ser directamente relacionada com um hipotético despovoamento da mesma, sendo necessário ponderar estas condicionantes. As construções podem ter existido, mas, por ausência de materiais duráveis, não resistiram à passagem do tempo, devido a terem sido feitas com os mais facilmente erosionáveis. 
— A construção com blocos cerâmicos, sempre possível na ausência de pedras para alvenaria, desde que existisse matéria argilosa e lenha para a cozer em tijolos, seria ainda assim mais dispendiosa do que a simples taipa ou adobe, sendo por isso tanto mais improvável a sua existência quanto mais pobres fossem as populações da zona.

Sendo a bacia sedimentar do Tejo uma extensa área constituída quase exclusivamente por conglomerados aluvionares (não existem rochas "de pedreira"), estão preenchidas as condições acima expostas para a quase ausência de vestígios de ocupações ancestrais, ainda que estas possam ter tido lugar.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Grande barragem maia descoberta em Tikal


«Maias criaram sistema hidráulico sofisticado e sustentável
Já o povo Maia tinha um método sustentável de recolha e armazenamento de água e que veio a ser aperfeiçoado ao longo de milhares de anos, segundo mostrou uma descoberta arqueológica nas ruínas da antiga cidade de Tikal, na Guatemala e que vem publicada na revista«PNAS».
…»





 O artigo em questão da revista PNAS (referido pela CH) é de acesso pago, mas, curiosamente, é possível descarregar o ficheiro PDF com a informação que lhe serve de suporte.




O artigo da University of Cincinnati é de acesso livre.

A descoberta foi largamente noticiada, tal como é possível ver nesta página de pesquisa do Google.




quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O preço da água

É sabido que existem grandes discrepâncias entre os preços do fornecimento de água e serviços de saneamento cobrados pelos diversos municípios.

A ERSAR-Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos publicou recentemente um estudo sobre a matéria, divulgado pelos media, como por exemplo o Expresso, fazendo cada um a sua própria leitura, mas mantendo-se todos à volta de uma mesma base comum onde referem alguns dados que entendem mais relevantes.

A publicação interactiva da ERSAR (acessível nesta página) permite analisar os dados de cada concelho e compará-los com os nacionais (Título da publicação: Encargos dos utilizadores finais domésticos com os serviços públicos de águas e resíduos em 2011 ).

Ficheiro a descarregar: encargos_tarifarios_2011.swf (abre normalmente com Windows Media Player).

Abaixo, duas imagens (screenshot) de dados relativos ao concelho de Gavião. Clicando nas opções disponíveis na aplicação, podem ver-se os dados relativos a três escalões de consumo.



A observação deste último gráfico permite concluir que o preço da água cobrado pela CMG se situa ligeiramente acima da média nacional, enquanto os relativos a saneamento e resíduos se encontram algo abaixo das respectivas médias nacionais.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Rede "manhosa"



A pensar em voz alta a pretexto da rede social.

O Facebook distribui a informação de forma nada proporcional. O algoritmo utilizado entrega as ligações segundo um critério baseado nas interacções anteriores, entrando por isso em modo de retroacção positiva ou círculo vicioso, levando a que cada vez mais sejamos bombardeados com publicações sempre das mesmas origens, enquanto deixamos totalmente de "ver" as restantes.

Algumas acções podem ajudar a diminuir os sintomas, embora não erradiquem a doença: por exemplo, deixar de "gostar" das páginas que abafam as outras (eventualmente guardando externamente o link para uso posterior) e fazer o mesmo com as subscrições de perfis excessivamente activos. É muito fácil clicar no "Gosto" de uma página quando se encontra uma publicação que nos agradou. Mas algumas páginas têm dezenas ou mesmo centenas de actualizações por dia. Mesmo que não apareçam todas, vão inevitavelmente ocupar espaço, tempo e atenção.


Isto faz lembrar o ditado "o saber não ocupa lugar". Esse ditado pode ter sido válido no tempo em que uma pessoa razoavelmente instruída conseguia ter um conhecimento bastante profundo da maior parte das ciências. Não é assim hoje. Levam-se anos a adquirir conhecimentos profundos de um ramo científico. Esses anos não podem ser empregues a adquirir conhecimentos profundos de outros ramos. A vida humana é limitada. O saber ocupa lugar.

Todos os dias somos confrontados com este problema na sociedade em que vivemos, a propósito das opções educativas do país. Que tipo de ensino devemos ter? Ensino profissional logo a partir dos primeiros anos, fechando as portas a potenciais oportunidades mais tarde? Ensino totalmente aberto até à opção do curso universitário, tornando os alunos aptos a seguir qualquer curso, mas sem possuírem nenhuma formação profissionalizante de base para o caso de não seguirem para o ensino superior?

Na era da informação, talvez o maior problema seja o de saber o que fazer com tanta informação. Tão grande como o de saber distinguir qual dela é pura desinformação. A maior parte do que nos chega aos olhos e aos ouvidos é apenas ruído destinado a evitar que oiçamos o que realmente nos interessa. Esse ruído pode resultar de pura tagarelice. E parte dele resulta. O problema é que essa tagarelice muitas vezes já vem contaminada. Basta darmos uma olhadela ao arrazoado que decora a parte de baixo das publicações mais lidas no Facebook ou noutros sítios abertos a comentários, para ficarmos com uma ideia do nível de intoxicação que por aí anda.

A Rede Social não serve apenas para comunicarmos uns com os outros. Esse é apenas o chamariz. Nunca existiu um meio tão eficaz de intoxicar a opinião pública. Mesmo em sociedades tidas como democráticas, onde a expressão é livre, existem inúmeras formas de condicionar o que vemos e ouvimos. Mais ainda: a seguir, ficamos condicionados (sugestão por um lado, auto-censura pelo outro)  naquilo que vamos dizer ou escrever. E nem é preciso falar de países, como a China, onde a circulação de informação é objecto de apertado controlo por parte dos poderes instalados. 

O tempo e o esforço empregues a escrever comentários inconsequentes é desviado de um mais conveniente esforço para perceber o assunto sobre o qual se comenta. A Rede Social é um terreno cada vez mais minado e armadilhado sobre o qual caminhamos como se fosse apenas um jardim florido.

Alguém disse que o verdadeiro, o melhor dos espiões ou agentes secretos é aquele que nem sequer sabe que o é. Aqui passa-se algo de semelhante. Sem nos darmos conta, vamos sendo arregimentados por fazedores de opinião (eles já nem o escondem e até se publicitam a si próprios como tal) ao serviço de interesses nem sempre claros, sejam eles de natureza política, ideológica ou económica. Em menos de nada, já estamos a fazer campanha, a aderir, a defender, a divulgar, a partilhar.


Claro que até os animais treinados do circo (agora proibidos...) se aborrecem e desinteressam-se de fazer as suas habilidades se não forem devidamente recompensados, na forma de um torrão de açúcar ou algo equivalente. Na Rede Social, a recompensa é administrada de forma bastante mais sofisticada. A recompensa é a satisfação. Dedicaremos tanto mais tempo e atenção quanto maior for a satisfação recebida. Ora, se a informação nos chegasse de forma aleatória, a satisfação poderia não estar garantida, devido à chegada constante de conteúdo desagradável. Os filtros da Rede Social encarregam-se de nos fazer chegar praticamente só aquilo de que gostamos (ou que o sistema "supõe" que gostamos), recompensando-nos dessa forma pela atenção que lhe dedicamos.

Conhecedores desta realidade, os feiticeiros modernos (entre eles muitos aprendizes) tratam de descobrir as preferências de cada um de nós para que essas mesma preferências passem a ser o veículo privilegiado da mensagem que nos pretendem transmitir (ou do veneno que nos pretendem inocular). Já não se trata de descobrir o que pensamos para nos encarcerarem por subversivos. Trata-se antes de canalizar a subversão e colocá-la ao serviço dos mesmíssimos interesses e poderes que ela supostamente deveria minar. Mal damos por isso, enquanto nos julgamos uns contestatários iluminados, já estamos a fazer o papel de idiotas úteis.
.........
Voltaremos a pensar nisto.

_____________

Manhoso (do título):
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=manhoso

No Alentejo, usa-se com um sentido que é uma mescla de toda a definição dada pelo Priberam, o que está muito bem.


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Liebster Award





Não costumo entrar neste tipo de correntes. E não é por lhes encontrar menos mérito ou valia. É possivelmente antes por uma questão de reserva pessoal. Mas why not?...
Neste caso, a resposta já vai um bocado tardia e nem sequer completa, mas, como diz o ditado, "mais vale tarde que nunca".

O Liebster Award é um reconhecimento para os blogues com menos de 200 seguidores. São 11 perguntas a que responder e que de seguida passamos a outras 11 pessoas (no final, veremos por que motivo pode não ser bem assim).

1ª Pergunta: “O que achas do meu blog?”
(quem me enviou o convite ou citação sabe que lhe vai dirigida a resposta)
É um dos portos onde sempre regresso, mesmo quando, por vezes, os cruzeiros possam ser longos. Gosto do que lá encontro em cada regresso. Se o tivesse que comparar com outra referência topográfica, diria que é também um miradouro com vista desafogada para uma paisagem muito diversificada. E, como porto, tem partidas para muitos destinos. Por acaso, ou talvez não, é o que se encontra no topo da lista de favoritos para a respectiva categoria (generalistas). E não é por causa da ordem alfabética.

2ª Pergunta: “O que achas da blogoesfera?”
Continua esférica. Pelos menos eu continuo a ver que se escrevem blogues em todas as partes do mundo.
As redes sociais ou, melhor, A Rede Social, se algum dano lhe causou, foi o do alívio da pressão criativa. Depois de se desabafar em comentários inconsequentes (não necessariamente inconsequentes por demérito, mas por serem efémeros), resta menos apetência pelo esforço de fazer qualquer coisa mais elaborada (eu continuo a achar que um post de blog é uma coisa minimamente pensada).
Mas a Rede Social até ajuda a divulgar o blog. O nosso (convém não abusar) e o dos outros.
O que pode ter diminuído (e ainda bem!) foi aquele impulso de "eu também tenho de ter um blog"... A Rede Social também ajudou a resolver esse pequeno problema: agora, quem não tem nada para dizer, manda umas postas de pescada no Facebook. Eu faço isso imensas vezes.

3ª Pergunta: ”Coisa mais bonita?”
A liberdade, sem dúvida.
A ideia é tão abrangente que nela cabe tudo. A liberdade suprema de poder escolher o que aceitar ou renunciar, até à liberdade de poder abdicar dela mesma por decisão própria jamais condicionada.
Embora não exista em absoluto, é o ideal sem o qual nenhum outro vale a pena.

4ª Pergunta: ”Principal objectivo”
Isto é lá pergunta que se faça?!
As solicitações são múltiplas e todas prementes… Por agora, sobreviver já não seria mau.

5ª Pergunta: ”Maior vício”
Suponho que se pretende que eu diga qual é o maior vício que julgo ter.
Acho que sou viciado em ar. Sou aerodependente, tenho a certeza. Não suporto a asfixia. De nenhum tipo, entenda-se.
Viciozecos daqueles comuns: ia a dizer que gasto muito tempo na internet, mas depois reflecti melhor e cheguei à conclusão de que não é vício, é disponibilidade.
Já fumei bastante, mas curei-me por várias vezes e a última cura está em vigor há vários anos. O melhor método para deixar de fumar é não fumar. Garantido.

6ª Pergunta: ”Música Preferida”
Varia bastante, segundo a hora interior, a estação do humor e a idade. Melhor: vai havendo várias preferências, não necessariamente para sempre. Aquelas a que regresso mais devem ser as principais. Nesta altura, O Requiem (e não só) de Mozart, muito Bach, Mahler (sempre), os Vier Letzte Lieder de Strauss (sempre Jessye Norman, divina), N árias de ópera (e lucevan le stelle...), aberturas de Wagner... Beethoven está em repouso agora, mas já esteve muito agitado.
Pink Floyd em doses maciças. 

E 50% das vezes ouço o que calha.
Sempre atento a sugestões, só ponho "Like" depois de ouvir ou se já conheço.
Obs.: isto não é assunto que se resuma.

7ª Pergunta: ”O que mais odeias?”
Não odeio pessoas. Posso desprezar, em casos extremos, mas quando sucede dificilmente é reversível.
Há bestas que detesto: a traição, a perfídia, a hipocrisia, a indideferença, a sobranceria, a estupidez... Mas o manancial é tão grande que há muito por onde escolher.

8ª Pergunta: ”Qualidade?”
Assim, a secas, não percebo a pergunta. A maioria dos respondentes costuma optar por referir-se a si própria. Sigo a corrente. 
Gnosce te ipsum, conhece-te a ti mesmo. Onde avultam os defeitos, qualquer qualidade, por mínima que seja, devia destacar-se, nem que fosse pelo contraste. Mas não. É como na floresta: as árvores grandes ocultam as pequenas, se estamos de fora. Se embrenhados nela, os pequenos arbustos escondem as árvores grandes. O eterno problema da perspectiva, do ponto de vista e, quantas vezes, até do ângulo... Não há qualidades nem defeitos, há gradações, como aqueles cursores de ajuste que vão de "-100%", passam por "0%" e chegam a "100%".
"O que é é, o que não é não é", que, por outro lado é (ou parece ser), um defeito: arrogância.

9ª Pergunta: ”Defeito”
Defeito é uma "qualidade negativa".
Resposta genericamente igual à anterior. Por isso mesmo, há muito por onde escolher.
Mas sempre acrescento e destaco: complicativo. É um feitio que, muitas vezes, resulta da conjugação desajeitada de várias qualidades (até mesmo positivas) ou da sua incorrecta gradação (o defeito que me deixou pobre como nasci).

10ª Pergunta: ”Qual é o teu ídolo?”
Infelizmente, a matéria argilosa abunda na composição das rochas onde são esculpidos, especialmente na parte inferior. As fábricas de tinta dourada chegam a ter produções impressionantes. E as de diluente também, é bom não esquecer. Assim vamos de ídolos.
Mas há muitas pessoas cujo exemplo eu gostaria de poder seguir. Nas menos polémicas, deixo que a minha admiração seja encaminhada pelo "mainstream". Nas outras, é metade contra a corrente e metade a favor.
Obs.: Alguns dos maiores filhos-da-mãe da História tinham grandes qualidades e outros tantos heróis estavam carregados de defeitos. Válido também para o presente e, acredita-se, para o futuro.


11ª Pergunta: ”És feliz?
Respondo quando souber. Ou, melhor, como depende da hora interior (e demasiadas vezes também da exterior), da estação do humor e da idade, vamos deixar isso na imagem de uma nuvem que ora é iluminada pelo sol, ora se apresenta carregada de sombras. Como estará o tempo amanhã?...


Citações:
E aqui eu devia colocar uma lista de 11 blogs 11 citados para participarem na corrente e fazer saber aos seus autores, por todos os meios ao meu alcance, que foram alvo de uma notificação.
Mas há um pequeno óbice.
Na questão nº1, pede-se explicitamente que o convidado diga o que pensa do blogue do convidante. Isso pressupõe que aquele tenha algum conhecimento, pelo menos, da existência deste (um primeiro contacto será escassa experiência). Como isso não está assegurado (sei lá se existem 11 pessoas que conhecem este meu blogue!...), não me vou pôr a fazer convites um bocado forçados. Desse modo, quem o desejar fica dispensado de responder a esta incómoda questão nº1...
Assim sendo (e afrontando despudoradamente as regras! excluam-me do concurso, chamem a ASAE, prendam-me...) não vou colocar aqui a listinha de 11 blogues 11 e vou substituir o convite expresso e individual pela ampla divulgação deste post.
Responderá e dará continuidade quem o entender, atitude que se encoraja vivamente. Agradece-se que deixe feedback em comentário.

PS: Suponho que o prémio do concurso é o prazer da participação, o que já não é pouco.

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Imagem: http://hipermegatexto.blogspot.pt/2011/01/de-olho-no-oscar-2011-1-brasil-perde.html


domingo, 9 de setembro de 2012

Capela Sistina


Snapshot, obtido no monitor (1680p x 1050p), depois recortado na dimensão maior para 1600p  (devido às limitações de tamanho de upload de imagens no Google/blogspot), o que permite a reprodução tal como foi obtido.
A fonte da imagem é esta extraordinária visita virtual que vale, segundo alguns (não o posso comprovar, pois nunca estive lá), tanto ou mais que uma visita real:

http://www.vatican.va/various/cappelle/sistina_vr/index.html

Link directo para a imagem tal como obtida:
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVSZYY_Dq0snwwGDmYj8g1Klzx-Wqfdhm67kYiApOqhXSYxEO-GOrWaXlKO2sIk64PVNz1yiRI9V_zRO6mFnrXRBMJCtwyjQynywhx1ynN5UDuDt3UojdIykXvIdLZqNXx3eoaYgQFyTo/s1600/sixtchapelceiling2.jpg
(clicar, se aparecer o sinal "+" no cursor)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Distâncias


http://saofranciscovet.nafoto.net/images/photo20080318182328.jpg


O cão tem de ter ainda mais cuidado.

A relação social perfeita foi descoberta pelos ouriços-cacheiros, durante o inverno: demasiado perto, aquecem-se uns aos outros, mas, quanto mais perto se colocam, mais se picam entre si; demasiado longe, acabam por gelar.

Entre arrepios de frio e picadas de espinhos, lá conseguem arranjar uma distância conveniente.

Os ouriços conseguiram acertar com o meio-termo.

Os humanos teimam em agarrar-se aos extremos.


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Linguagem popular no vale do Tejo (Mouriscas/Belver)




Recompilação, reduzida e adaptada, do excelente trabalho de recolha de vocábulos e expressões populares,apresentado pelo Sr. João Manuel Maia Alves, no seu blog MOURISCAS - TERRA E GENTES, a quem agradeço a gentileza de me ter autorizado o seu uso.

Recomendo a leitura deste blog, não na simples forma de agradecimento, mas por entender que se trata de um importante testemunho das realidades, presentes e passadas, daquela terra.

Mouriscas e Belver distam escassos quilómetros entre si. Estão na mesma margem direita do Tejo, separadas apenas pela freguesia da Ortiga. É pois natural que as gentes de ambas as terras tenham partilhado muito linguajar comum.

Retirei todas aquelas expressões que não me recordo de ter ouvido na minha terra, a maior parte delas por fazerem referência expressa a realidades locais..

De resto, as alterações efectuadas são de pormenor, acrescentando algum sentido imposto pelo uso que eu conheci.

(republicado de: http://lmpalex.blogs.sapo.pt/12136.html)

(pesquisa no blog MOURISCAS - TERRA E GENTES, com os posts relacionados:
http://motg.blogs.sapo.pt/search?q=falar+mourisquense&Submit=O)



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Comentários:

Isabel disse a Fri, 19 Nov 2010 16:14:01 GMT:
Olá!
Muit interesante, sem dúvida :)
Vou tentar lembrar-me de mais algumas que colocarei aqui.
Bjss


João Renato disse a Thu, 02 Dec 2010 12:42:05 GMT:
Olá,
Cheguei aqui pelo blog da Júlia.
Achei interessante porque nessa compilação localizei quatro palavras muito usadas no Brasil:
Atentar - com o mesmo sentido de importunar ou aborrecer é muito, mas muito usada mesmo, mas só no nordeste do Brasil, e geralmente quando se reclama das crianças: "Esse menino fica me atentando".
Café - no Brasil, em todas as regiões se fala "Tomar o café", referindo-se à primeira refeição do dia. Nos avisos dos hotéis, ainda colocam "Café da manhã", mas "pequeno almoço" jamais é usada.
Bofes na mão - Aqui se usa "bofes pra fora": "Fulano chegou cansado, com os bofes pra fora".
Songa-monga - Na minha casa se usava essa expressão. Mas minha família, embora seja de origem portuguesa, são todos do norte de Portugal.
Abraço,
João Renato.


Luiz disse a Thu, 02 Dec 2010 17:25:20 GMT:
Olá.
Provavelmente, nem todas as expressões aqui compiladas são de uso exclusivo na zona onde o autor as recolheu. Podem até algumas delas figurar em dicionários, embora nem sempre com o significado com que ali são usadas.